Carol Camara é trainer do Instituto Eneagrama e gestora à frente da franquia de Campinas, no interior de São Paulo. Confira o De frente com o trainer:
10/10/2019Carol Camara é trainer do Instituto Eneagrama e gestora à frente da
franquia de Campinas, no interior de São Paulo. Carol conheceu o Eneagrama por
acaso, há cinco anos e hoje atribui à ferramenta sua capacidade de olhar
o outro com mais empatia e generosidade.
Em entrevista exclusiva para o blog do IE, ela nos conta sua trajetória até aqui e como o Eneagrama a ajudou a compreender sua competências e habilidades.
Como descobriu o eneagrama?
Um amigo sugeriu que eu levasse minha filha, Marília, para fazer “esse tal de eneagrama” que, na época, eu nem sabia o que era, mas como era um amigo de confiança, eu aceitei e, como eu queria apoiá-la, fui acompanhar. Chegando lá, durante o treinamento intensivo, eu percebi que Marília é quem tinha me levado para fazer o eneagrama. Eu fiquei totalmente conectada com o conteúdo que o programa entregava, aquilo falou muito para mim, das minhas dores e das minhas fortalezas e eu pensei: “Poxa vida! Uma coisa tão assertiva e tão valiosa deveria estar a disposição de todos”.
Então, eu combinei com o Rodrigo, que foi meu trainer, e quinze dias
depois eu estava trazendo o eneagrama para São Paulo, para aplicar em toda a
base de coordenadores da minha empresa. Assim começou o eneagrama aqui em
Campinas, há cinco anos. A primeira turma foi com os coordenadores da minha
empresa e mais quatro clientes que aceitaram o desafio e a partir daí, nós não
paramos mais: hoje estamos na 45ª turma.
Como e quando o eneagrama se tornou profissão?
O eneagrama foi ocupando cada vez mais espaço no meu portfólio. Cada vez
eu falava mais de comportamento porque ele tem um peso relevante na geração de
resultado e, naturalmente, a condução do meu diálogo com o cliente passava por
isso. Aí, outras lideranças da nossa empresa assumiram a parte técnica e estão
hoje mais a frente desta parte e eu estou mais à frente da parte de
comportamento. Ou seja, eu ainda me dedico 30% a área técnica, mas 70% do meu
tempo gira em torno de apoiar as pessoas a olharem para si e extraírem o melhor
de si mesmas.
Como foi a primeira turma?
A primeira turma surgiu da minha vontade de poder trazer esse produto
para todas as pessoas que eu gostava. Eu acertei tudo com o Rodrigo e ele veio
aplicar o eneagrama para os coordenadores da minha empresa e quatro clientes
que eu convidei para que pudéssemos iniciar o programa com 15 pessoas na turma.
E, desde então, não paramos mais, porque os participantes ficam tão
entusiasmados com o eneagrama que, assim como eu, querem transmitir isso a
todas as pessoas que eles conhecem e amam.
Como é trabalhar com o eneagrama?
Trabalhar com eneagrama foi um divisor de águas na minha vida, porque eu
sempre atuei muito na área técnica. Sou consultora de resultados de carreira e
sempre trabalhei com entrega de resultado, mas me angustiava perceber que
muitas coisas que implantamos não tinham continuidade.
Trabalhar com comportamento me permitiu trabalhar a base da vontade e do
autoconhecimento. A cada trabalho, a cada apoio ao aluno, a cada mentoria e a
cada suporte, a gente revisita o conteúdo e nos avaliamos e temos a
oportunidade de rever, de forma estruturada, como aquele comportamento se
espelha em nós e como aquelas emoções trazidas pelos clientes também são
emoções presentes em nós.
Esse exercício nos traz um nível mais elevado de consciência dos nosso
gaps e fortalezas, mas traz muita generosidade também. Hoje eu olho para as
pessoas com menos crítica, menos exigência e com menos rigor no julgamento ou
pelo menos eu tento. Não são todas as vezes que isso funciona, porque é
importante lembrar que de vez em quando a gente liga o piloto automático e
voltamos a ser quem somos ou voltamos a ser o que é o nosso ego, que movimenta
a nossa estrutura de comportamento. Quando estamos com o piloto automático
ligado, o nosso ego assume o comando e algumas vezes, mesmo trabalhando com
comportamento, quando entramos em movimento de estresse somos iguais a todo
mundo.
Qual história marcou sua trajetória com o eneagrama?
A história que mais marcou a minha passagem pelo eneagrama foi ver um
tipo nove assumindo o seu lugar na vida e sair do anonimato. Ver um jovem
inteligentíssimo sair do anonimato, assumir as rédeas da sua vida, conquistar
seu espaço e se posicionar, dizendo o que ele queria para si e assumir posições
de embate que tanto o incomodavam durante a vida. Até aquele momento ele não
percebia que aquilo o limitava e o aprisionava num lugar que ele não queria
estar. Foi muito bacana ver esse jovem despertar, assumir responsabilidades e
fazer entregas fantásticas assumindo a liderança da sua vida. Também foi muito
bom vê-lo usando as competências de harmonia, negociação e pacificação que são
próprias do seu padrão, a seu favor nos momentos de dificuldade.
Quando me lembro dele, me lembro que todas as pessoas têm si uma força
transformadora e que se apoiadas naquilo que é o ponto mais difícil, elas viram
gigantes, aceleram e disparam como foguetes. Eles não. Qualquer um de nós,
quando apoiados e suportados naquilo em que temos maior fragilidade, nossa
possibilidade de brilhar é enorme. Por meio do eneagrama eu vi uma estrela que
estava apagada ganhar luz e hoje ser admirado por todo seu entorno e ser
reconhecido como um líder motivador, um pai de família estruturado e um marido
incentivador.
Definir o Eneagrama em uma frase?
O eneagrama é, ao mesmo tempo, bússola e leme, pois ele me orienta e me
sinaliza o caminho e também me coloca no comando ou me dá a possibilidade de
estar no comando dessa embarcação que é a minha vida.
Definir a sua trajetória em uma palavra.
Despertar. Acho que todo dia eu desperto para o meu eu melhor.
Quem era a Carol antes do Eneagrama?
Eu sempre fui uma pessoa de muita entrega de resultado. Resultado para
mim sempre foi importante e inclusive eu me media por isso. Sempre fui muito
aguerrida e sempre busquei estar a frente no comando da minha vida. Sempre
procurei definir tudo que eu queria pra mim e não tinha limites - sempre tive
muita coragem e muita atitude. Mas antes do eneagrama eu não tinha noção real
dessa força e nem do impacto desse comportamento no meu entorno.
Então eu tinha um olhar mais individualista e achava que quem não desse
conta não deveria me acompanhar. Essa era a minha visão e com certeza eu perdi
muito de complementaridade com este comportamento.
Carol depois do Eneagrama?
Hoje eu dou um pouco mais de espaço para a minha fragilidade, ou seja,
tenho um pouco mais de consciência das minhas limitações, de que eu tenho
necessidade de complementaridade para ser mais plena. Hoje eu entendi que as
competências que eu tenho em excesso, eu devo colocar a disposição das pessoas
que têm um pouco menos, porque com certeza as outras pessoas todos os dias
colocam suas competências a disposição do todo.
O eneagrama me fez ver que nós temos que colocar a disposição das
pessoas que estão conosco, no nosso entorno e no nosso ecossistema, o nosso
melhor. Estamos colocando poucas competências neste ecossistema, mas se isso
for uma prática de todos, ao colocar um pouco a gente pode colher muito e isso
é o que eu tenho sentido na minha trajetória com o eneagrama: que eu tenho
colhido flores que não fui eu que plantei, foram outras pessoas que trouxeram.
E essa talvez seja a surpresa melhor sensação de ter passado pelo eneagrama:
olhar para a qualidade das pessoas com o olhar do belo, sabendo que a
sensibilidade também é bonita, que a criatividade também é importante e que
este olhar para o outro, mais empático, é muito poderoso. O eneagrama me
mostrou o poder de cada uma das qualidades, de cada uma das características e
das competências. Hoje eu procuro olhar para o melhor das pessoas.
Todos os direitos reservados. IEneagrama. 2019
Desenvolvido por: